O turismo de observação em Marrocos pode adotar variantes muito distintas. E todas têm em comum uma coisa: promovem um tipo de viagem mais pausada e em contacto com a natureza. Neste post selecionámos alguns destinos perfeitos para isso, que te permitirão avistar atrativos tão distintos como as estrelas, as aves ou a fauna selvagem terrestre. Se este tipo de turismo é feito para ti, toma nota das ideias que te damos, que poderemos integrar no teu circuito personalizado se assim o desejares.
Ouzina, para turismo astronómico
O turismo astronómico permite observar o firmamento de noite para poder contemplar as estrelas e os planetas. Pode-se desfrutar sem qualquer tipo de ajuda, mas também com binóculos e telescópios. Mais importante ainda é que o local tenha duas qualidades: um céu limpo e uma ínfima poluição luminosa. E isso reúne perfeitamente o deserto do Saara. Alguns dos seus recantos mais icónicos distinguem-se por atrair amantes do stargazing, como por exemplo Ouzina, reconhecido pela Fundação Starlight pela qualidade do seu céu. Na realidade, o céu estrelado envolve tudo aqui, graças à ausência de obstáculos naturais ou artificiais para a observação. E noutros pontos do deserto como Merzouga também é possível desfrutar de um céu único, e até nas altas montanhas do Atlas, em dias limpos.
Merja Zerga, para o birdwatching
O turismo de observação em Marrocos tem na sua avifauna um dos seus mais ricos tesouros: os habitats são muito diversos, podendo avistar numerosas espécies em ambientes montanhosos, em áreas estepárias e desérticas e também em ambientes marinhos e lacustres. Estes últimos desempenham um papel fundamental nas rotas migratórias internacionais, e em todo o país contabilizam-se mais de uma vintena de sítios Ramsar. Por escolher um deles, podemos mencionar Merza Zerga, uma grande lagoa costeira no oceano Atlântico, perto de Moulay Bousselham, no norte do país (província Rabat-Salé-Kenitra). Entre as muitas espécies a avistar podem mencionar-se o mocho-mouro, o tartaranhão-ruivo-dos-pauis, o maçarico-das-rochas, a cerceta-pardinha e, como não, o flamingo-comum.
Parque Nacional de Ifrane, para macacos-de-berberia
A fauna terrestre selvagem também acapara muitos olhares para os amantes do turismo de observação. E embora em Marrocos não se organizem grandes safaris como os que pode haver noutros países da África subsaariana, é possível ir ao encontro de uma espécie muito icónica para o país: o macaco-de-berberia. O estado de conservação da espécie é muito delicado e por isso, os indivíduos que se podem observar em determinadas zonas do país resultam num autêntico tesouro. O local onde é mais fácil deparar-se com eles é o Parque Nacional de Ifrane, a cerca de 60 km a sul de Fez, também chamado popularmente Floresta dos Macacos porque os seus cedros são o habitat ideal para eles, até ao ponto de terem constituído aqui a população mais numerosa da atualidade.
Erfoud, para a descoberta de fósseis
O turismo relacionado com os fósseis tem características diferenciadoras: requer que o viajante procure, se informe a fundo e estabeleça contactos que lhe facilitem o acesso a locais e peças onde traçar o passado mais remoto da vida sobre a terra. E encontrada a peça ou o jazigo, requer-se muita observação para apreciar as singularidades de cada marca fossilizada. Em Marrocos, o destino de referência é, sem dúvida, Erfoud, perto do deserto de Merzouga. A desertificação do terreno e a extração de mármore facilitaram o aparecimento de restos muito diversos, incluídos os de dinossauro. As espécies mais numerosas e características são os amonites e trilobites.