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HISTÓRIA

História do Marrocos: uma longa e fascinante viagem no tempo até os dias atuais

O Marrocos é um país de grande antiguidade: apesar de suas fronteiras terem mudado ao longo do tempo, o reino atual tem suas raízes séculos atrás, com uma história comum e integradora de todos os seus territórios. A História do Marrocos está por trás de todos os monumentos e lendas que você descobrirá durante sua viagem, tornando essencial revisar seus diferentes períodos para compreender o que seus olhos verão e seus ouvidos ouvirão.

Índice

Resumo dos períodos

  • Marrocos na Pré-história: primeiros habitantes berberes
  • Marrocos: da Antiguidade ao Islamismo (682)
  • Marrocos, após a chegada do Islamismo: 682-século XIX
    • Os idríssidas (789-1055)
    • Os almorávidas (1060-1144)
    • Os almóadas (1147-1269)
    • Os merínidas (1269-1472)
    • Os wattássidas (1472-1545)
    • Os saadianos (1545-1659)
    • Os alauítas (1659-atualidade)
  • Séculos XX e XXI: Protetorados, independência e modernidade

Marrocos na Pré-história: primeiros berberes

O Marrocos é predominantemente um país árabe e muçulmano, considerando Adão e Eva os primeiros seres humanos da Terra. Contudo, o substrato demográfico e cultural dos berberes (amazigh) é também de grande importância, evidenciado na própria História do Marrocos como os primeiros habitantes estáveis e reconhecíveis do Magrebe e, portanto, do atual Marrocos. Eles lideraram importantes dinastias na Idade Média e ainda hoje uma boa parte da sociedade é desta etnia.

Os berberes preferem se autodenominar amazigh (no plural, imazighen), que significa ‘homem livre’ ou ‘povo livre’. Os imazighen, como veremos, aceitaram e assimilaram o Islamismo, mas muito antes disso já possuíam sua própria religião. De acordo com suas crenças, também existiu um primeiro casal primitivo na Terra, que gerou 100 filhos e os enviou para povoar o planeta.

Além dessa origem mítica da população no Marrocos e no mundo, o que se pode afirmar é que os imazighen foram o resultado de uma mistura de culturas saharianas (grandes criadores de cavalos), mediterrâneas (exímios pescadores) e locais (possivelmente, descendentes distantes dos antigos egípcios), que moldaram sua cultura e modo de vida entre 5000 e 2500 a.C, acabando por dominar grande parte do norte da África.

Petroglifos prehistóricos são testemunhas disso, como os encontrados no Alto Atlas (Oukaimeden), datados da Idade do Bronze (1600 a.C). Nessas imagens, é possível identificar cenas de caça, pesca e equitação, atividades que faziam parte de seu cotidiano.

Marrocos: da Antiguidade ao Islamismo (682)

Desde aproximadamente o século IX, os imazighen do Magrebe começaram a entrar em contato com outras culturas, especialmente com os africanos do leste e com os fenícios, grandes exploradores do Mediterrâneo. A orientação destes últimos era mais comercial do que conquistadora, o que favoreceu a troca em todos os níveis, tanto cultural quanto mercantil.

Lixus, muito próximo da atual Larache, na costa Atlântica, foi a principal colônia fenícia no que hoje é o Marrocos. Os fenícios estavam interessados em gado e produtos derivados, como laticínios e peles, enquanto em troca forneciam aos imazighen manufaturas, que também assimilaram a escrita púnica.

Essa relação estável explica, em grande medida, por que os imazighen se aliaram aos cartagineses nas guerras púnicas contra Roma, a emergente potência do Mediterrâneo. Isso não impediu que, mais tarde, o norte da África caísse nas mãos dos romanos, que aqui estabeleceram a província da Mauritânia Tingitana no século I d.C, que se estendia até aproximadamente as montanhas do Atlas.

O nome Mauritânia deriva de ‘país dos Mauri’: assim os romanos se referiam a um reino do norte da África que, desde o século IV a.C, atuava como uma espécie de confederação de povos imazighen. E o termo Tingitana refere-se a uma das principais cidades romanas do território: Tingis, na atual Tânger.

O grau de romanização do território foi bastante alto em algumas áreas, sendo um bom exemplo disso Volubilis, nos tempos de Juba II (o único monarca local com quem houve uma certa estabilidade): uma espetacular cidade de cerca de 20.000 habitantes perto de Meknes, que conserva importantes ruínas arqueológicas visitáveis hoje em dia. Já neste período se atesta a presença de comunidades judaicas.

Essa romanização não impediu que, em parte como um ato de rebeldia contra Roma, muitos berberes adotassem a nascente religião cristã, proibida no Império Romano. De fato, a partir do século I d.C, os conflitos foram contínuos, assim como as ocupações estrangeiras de vândalos e visigodos ao norte do Atlas. Ao sul dessa cadeia montanhosa, as tribos berberes mantiveram o controle do território.

A crise e queda do Império Romano a partir do século IV propiciaram um breve período de domínio vândalo, disputado com o Império Bizantino (século VI), que se propunha a manter a herança romana, mas teve sucesso limitado em algumas cidades, como Essaouira, Tânger e Salé. Em suma: um clima de divisão política, conflitos sociorreligiosos e governos frágeis que preparou o terreno para o triunfo do Islamismo.

Marrocos, após a chegada do Islamismo: 682-século XIX

A conquista árabe do Marrocos data do ano 682, quando o general omíada Uqba bin Nafi e suas tropas chegaram vitoriosos até a costa Atlântica. Não foi um caminho fácil, como mostra a feroz resistência da rainha guerreira berbere Kharina, mas algumas décadas depois, os novos dominadores já haviam alcançado também as margens do Saara.

Com paciência, habilidades diplomáticas e o uso da força, a islamização foi se expandindo durante o século VIII neste território. A religião muçulmana acabou convencendo as tribos berberes locais, que se converteram em sua maioria porque viram nela muitas semelhanças com suas próprias tradições.

Desta forma, com uma sociedade governada por elites árabes, mas formada por uma ampla maioria de população berbere, iniciou-se um novo período que chega até os nossos dias, embora atualmente as proporções estejam invertidas: hoje ‘apenas’ 35% da população marroquina é de etnia berbere, segundo algumas estimativas.

Dinastia Idrisid: 789-1055

Apesar da bem-sucedida islamização do Magrebe ocidental, os líderes omíadas não conseguiram se estabelecer aqui e foram forçados a migrar para Al-Andalus, do outro lado do Estreito de Gibraltar, onde ocuparam o trono. Em contrapartida, quem ocupou o trono de um reino árabe mais ou menos unificado (que incluía o norte da Argélia) foram os que, eventualmente, acabaram sendo seus vizinhos e rivais: os idríssidas.

Seu fundador, Idriss I, era descendente direto de Maomé (por ser bisneto de Ali, genro e primo do profeta) e foi forçado a fugir de Bagdá após uma rebelião fracassada contra o califa abássida. Idriss I governou a partir de sua capital, Volubilis, mas logo depois, seu sucessor Idriss II transferiu seu centro administrativo, político e religioso para a recém-fundada Fez, que também se tornou refúgio para muitos xiitas que emigraram de Córdoba (Al-Andalus) e Cairuão (atual Tunísia).

Seu verdadeiro apogeu ocorreu na primeira metade do século IX, com seus primeiros monarcas, mas a partir daí e até meados do século XI, viveu um progressivo declínio. Isso resultou na aparição de principados menores e nas interferências de seus vizinhos: os califas omíadas de Al-Andalus dominaram brevemente alguns territórios e os fatímidas do Egito lançaram campanhas de assédio em diferentes momentos, por parte de tribos beduínas.

Dinastia Almorávida: 1060-1144

Uma causa (ou consequência) do declínio da dinastia idríssida foi a relaxação nos preceitos corânicos, com versões apócrifas e corrupção ligada à cobrança de ‘esmolas obrigatórias’. Isso ocorria principalmente no norte do reino, enquanto que do sudoeste do Saara surgiu uma força renovadora: a dos almorávidas, que defendiam uma leitura muito mais estrita e ortodoxa do Corão.

Seus impulsionadores, de tribos berberes sanhaja, foram algo como soldados-religiosos, chamados ‘morabitos’ (daí o nome da dinastia), que construíram numerosos conventos fortificados conhecidos como ribat. Fundaram a cidade de Marrakech, tornando-a a capital de um novo império. Seus domínios se estenderam até Gana e o sul da Península Ibérica, pois vieram em auxílio dos reinos taifas, surgidos após a desintegração do Califado de Córdoba e ameaçados pelos reinos cristãos de Castela.

Entre os nomes mais destacados estão Abu Bakr Ibn Umar e Yusuf Ibn Tashfin, mas as constantes intrigas internas fizeram com que o esplendor do império almorávida logo decaísse, menos de um século depois de seu auge.

Dinastia almóada: 1147-1269

Seria possível ser ainda mais ortodoxo que os almorávidas? Sim, e a prova foi a dinastia que veio depois: os almóadas, de tribos berberes masmuda, originárias das montanhas do Alto Atlas e rivais históricos dos sanhaja, aos quais não consideravam todo o puritanos que deveriam.

Seu fundador foi o teólogo Ibn Tumart, e seu epicentro espiritual foi a mesquita de Tinmel, ainda de pé e uma das poucas visitáveis do país, pois já não se celebra culto nela. No entanto, erigiram muitos outros monumentos, que hoje são verdadeiros ícones turísticos do país, como a Torre Hassan de Rabat e a mesquita da Kutubia em Marrakech, cidade que embelezaram e modernizaram, e a partir da qual governaram.

Alguns dos nomes mais destacados foram Abd el-Mumen e Al-Mansur. Conseguiram dominar um vasto território no norte da África (incluindo Argélia e Tunísia) e no sul da Espanha, conseguindo uma breve unificação de Al-Andalus e comerciando com importantes portos do Mediterrâneo. Além disso, seu território foi berço de importantes cientistas e intelectuais, como Averróis.

Mas, como costuma acontecer com todos os impérios, as causas internas (disputas e conspirações) e as causas externas (derrotas na Península Ibérica, em especial a das Navas de Tolosa de 1212), provocaram o declínio e a posterior queda dos almóadas. Só faltava o golpe de misericórdia de outra dinastia que tomasse o comando, e essa foi a merínida.

Dinastia Merinida (ou Benimerina): 1269-1472

Esta dinastia também teve origem berbere, neste caso da ramificação zenata, principalmente estabelecida no norte do país. Sua capital foi Fez, à qual dotaram de um dos grandes distintivos de sua política cultural e religiosa: a fundação de madraças, ou seja, escolas corânicas para o ensino regulado do Islã. Além disso, promoveram a agricultura e o comércio, que em algumas ocasiões deixavam nas mãos de cristãos ou judeus, aos quais cobravam impostos especiais.

Com a dinastia merínida não se pode falar de ‘império’: embora tentassem restabelecer territórios em Al-Ándalus e no norte da África, às vezes com uma política de casamentos, não acabou dando frutos. De fato, seus maiores esforços foram dedicados a defender o próprio território: seu sultanato se limitou, em linhas gerais, ao que hoje é o Marrocos, pois foi nessa época que a configuração atual do Magrebe se consolidou, com Argélia e Tunísia como vizinhos.

Neste período, entrou em jogo um novo ingrediente que complicou a situação: a peste negra de 1348, que também causou estragos neste sultanato. Mas novamente, as intrigas internas e os golpes do exterior (os portugueses conquistaram Ceuta em 1415) acabaram por enfraquecer enormemente o sultanato merínida.

Wattásidas, Saadianos… e Portugueses: 1472-1659

Ao sultanato merínida sucede um período de instabilidade e divisão geográfica: no norte, os wattásidas, foram os herdeiros ‘naturais’ destes, já que compartilhavam sua linhagem berbere zenata e ocupavam altos cargos (visires) nos últimos anos daquele sultanato. Sua entidade política é frequentemente conhecida como Reino de Fez, já que essa era sua capital e sua principal cidade.

No sul, desde o Vale do Draa, os saadianos (dinastia de origem árabe) foram se fortalecendo, com Marrakech como capital. Afirmavam ser descendentes distantes de Maomé… embora seus inimigos não acreditassem assim, e acabaram chamando-os de saadianos de forma pejorativa porque os relacionavam com a família de Halimah Saadiyya, ama de leite do profeta.

O domínio wattásida no norte foi breve, pois os saadianos acabaram se impondo definitivamente em 1545, e pouco depois chegou a época de grande esplendor desta monarquia, com o sultão Ahmed Al Mansur ed Dahbi à frente, que revestiu de ouro e pedras preciosas seu Palácio el Badi de Marrakech… embora seus sucessores o desmantelassem.

Tanta riqueza provinha, em grande medida, do florescente comércio com a Europa e o Império Otomano, aos quais forneciam mercadorias tão valorizadas como o ouro, o marfim, o açúcar e os escravos. Além disso, consolidaram o controle da rota caravanera do deserto, chegando a controlar Tombuctu, do outro lado do Saara.

No entanto, suas relações com outras potências não foram meramente comerciais, muito pelo contrário: também foi uma época de confrontos com a Espanha dos Habsburgos e com os corsários otomanos nas costas atlânticas.

Porém, na equação deste período entram também em jogo os portugueses, com uma relação ambivalente: entre a calma tensa e o confronto direto, já que esta potência ibérica experimentou uma grande expansão nos séculos XV e XVI, fundando importantes enclaves na costa Atlântica como Mogador (Essaouira) ou Mazagão (El Jadida).

Além disso, outro elemento a destacar no Marrocos saadiano foi a chegada massiva de imigrantes da Espanha. Primeiro, de judeus expulsos pelos Reis Católicos a partir de 1492, fundando numerosos mellahs ou judiarias, ou ampliando as já existentes. E depois, desde o início do século XVII, de mouriscos expulsos por Felipe III.

No entanto, as últimas décadas do sultanato saadiano foram muito conflituosas, tanto externamente quanto internamente. Externamente, porque o século XVII foi uma época de esplendor para os piratas marroquinos, especialmente os que operavam a partir de Salé (kasbah dos Oudayas), que chegaram a criar uma república paralela. E internamente, porque o sultanato se viu imerso em uma verdadeira guerra civil.

Dinastia Alauita: 1659-1912

A dinastia alauita é a que pertence os monarcas marroquinos da atualidade, mas sua conexão com as origens do Islamismo é também direta: são descendentes de Maomé, através da linha de Ali ibn Abi Talib (quarto sucessor do profeta) e Fátima az-Zahra (filha de Maomé).

O fundador da dinastia foi Mulay Ali al-Sharif, que se tornou sultão de Tafilalet em 1631 e a partir desta localidade ao sul do Atlas iniciou um movimento de unificação e pacificação, que culminou seu filho Mulay Mohamed al-Rashid bin Sharif em meados do século XVII.

No entanto, o membro mais destacado e lembrado dos primeiros alauitas foi Mulay Ismail. Não apenas por suas vitórias militares, que fortaleceram o controle do território contra interferências e ameaças estrangeiras, mas também por sua crueldade e despotismo. Reinou a partir de Meknes, uma cidade feita à sua medida, onde está seu mausoléu.

O século XVIII, após a morte de Mulay Ismail, foi um período de altos e baixos: praticamente instituiu-se a pirataria como política externa, mas no país a situação de crise se agravou, inflamada por pragas e secas. A reconstrução e as reformas urbanísticas de algumas medinas, especialmente aquelas deixadas pelos portugueses no Atlântico, foram apenas um vislumbre.

No século XIX, o Marrocos cedeu à influência externa das principais potências da época, e até fez concessões territoriais. Primeiro, com a França, que buscava expandir sua influência no país. E depois, com a Espanha, que nos anos 60 dessa centúria venceu uma guerra que lhe assegurou o controle de diversos territórios na costa mediterrânea. Além disso, britânicos e americanos contribuíram para declarar Tânger como Zona Internacional para fomentar o comércio desde 1880 e o estabelecimento de grandes empresas estrangeiras.

Séculos XX e XXI: Protetorados, Independência e Modernidade

Os movimentos das potências europeias e dos Estados Unidos no final do século XIX no Marrocos foram o prelúdio do que viria a seguir: em pleno auge do movimento colonialista, foram celebradas a Conferência de Algeciras (1906) e o Tratado de Fez (1912), que resultaram no estabelecimento de dois protetorados no Marrocos: um francês no centro e sul do país (com capital em Rabat), e outro espanhol, no norte e no Saara Ocidental (com capital em Tetuán). Tânger, por sua vez, manteve seu caráter de Zona Internacional, que lhe deu um certo ar cosmopolita.

Dessa forma, ficaram nas mãos de estrangeiros o aparato administrativo, bem como os mecanismos da economia e a defesa do território. Escolheram sultões locais da dinastia alauita como fantoches, bem como homens fortes da alta sociedade local, como Thami el Glaoui (Pachá de Marrakech), para a estabilidade no sul, no Atlas e no deserto.

Desse período do Protetorado ficou um legado para as cidades marroquinas, que também podem ser apreciadas em grande medida pelos turistas: as Ville Nouveau, ou seja, expansões modernas que foram projetadas para descongestionar as medinas e dar um ar de modernidade aos centros urbanos. O estilo arquitetônico dos edifícios inspirou-se, em alguns casos, no estilo modernista ou art déco da França (Rabat, Marrakech, etc.) e na arquitetura andaluza (Tetuán), mas sem esquecer o estilo tradicional marroquino. Assim, o resultado foram avenidas e praças onde se estabeleceram as incipientes classes abastadas, bem como instituições de primeiro nível ou lojas de luxo.

Não faltaram, contudo, movimentos de resistência e nacionalistas. No Protetorado Espanhol, destacou-se a autoproclamada República do Rif, fruto da rebelião local nesta cadeia montanhosa, que acabou sendo sufocada pelo exército espanhol. E no Protetorado Francês, acendeu-se a chama do que acabaria sendo o movimento de independência, com um jovem Mohammed V cada vez mais influente, o que lhe valeu um exílio em Madagascar.

No entanto, o movimento era irreversível e em 1956 reconheceu-se a independência do Marrocos em relação à França e à Espanha, com Mohammed V como rei. Os espanhóis mantiveram o Saara Espanhol, ao sul, como província espanhola por alguns anos a mais, mas em 1975, nos estertores da ditadura franquista, ocorreu a Marcha Verde, após a qual este território ficou sob controle ‘de facto’ do Marrocos. Isso foi contra o critério da ONU e de sua vizinha Argélia, o que hoje é um dos principais pontos de desentendimento entre ambos os países, que romperam relações e fecharam suas fronteiras indefinidamente.

Desde a independência, o Marrocos enfrentou diferentes desafios que o levaram até os nossos dias. Foi abandonando a influência francesa, incluindo a oficialidade de sua língua, para dar um caráter mais árabe à sua sociedade, como assim consagra sua Constituição. Isso não impediu que, com a chegada de Mohammed VI ao trono e após a Primavera Árabe de 2011, fossem feitas importantes concessões em termos de liberdades civis e se limitasse o poder do monarca na política.

No âmbito econômico, o Marrocos integrou-se cada vez mais no mundo globalizado, destacando importantes acordos comerciais com a União Europeia. Quanto à segurança, o país adotou uma postura decidida contra os movimentos terroristas, que conseguiram atacar no passado (Casablanca, 2003) mas não fincar raízes como em outros países.

O terremoto de Agadir de 1960 foi um primeiro teste para o jovem Estado recém-criado, mas ao mesmo tempo, uma oportunidade para iniciar o caminho de um setor estratégico na atualidade: o turismo, seja através da construção de resorts, campos de golfe e outros serviços, ou por meio de uma rica oferta cultural no resto do território, das cidades ao deserto, passando pelo Atlas.

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